Em 2009, o Instituto dos Auditores Internos (IIA), com apoio do Banco Mundial, iniciou a implementação daquilo que se tornaria referência internacional para o controle interno: o Modelo de Capacidade de Auditoria Interna (IA-CM). Nos últimos anos, a equipe da Controladoria-Geral do Estado de Mato Grosso do Sul (CGE-MS), com o intuito de fortalecer essa prerrogativa no âmbito governamental, redobrou esforços a fim de avançar para o nível 2 de maturidade estabelecido pelo Modelo. Hoje (31), com a conclusão da primeira etapa do “Projeto de Realização da Autoavaliação do IA-CM com Validação Externa”, viabilizado pela Câmara Técnica de Auditoria e IA-CM do Conselho Nacional de Controle Interno (Conaci), a CGE-MS garante mais um avanço para a concretização do intento e segue para a fase de validação a partir da análise de outro órgão também participante do projeto.
De acordo com Rodolfo Serrano, coordenador da Câmara Técnica de Auditoria e IA-CM do Conselho, a adequação de órgãos ao Modelo de Capacidade de Auditoria Interna é amplamente favorável. “Os principais benefícios do reconhecimento como nível 2 do IA-CM são: a certificação de que a auditoria interna está alinhada com as melhores práticas globais; a melhoria dos processos de governança, gestão de riscos e controles do Governo; e a maior credibilidade da auditoria interna e do sistema de controle interno perante a sociedade e perante as principais instituições financeiras internacionais, a exemplo do Banco Mundial que reconhece que os entes que implantam o IA-CM trabalham com práticas de excelência em controle e auditoria”, explicou o coordenador.
Essa não é a primeira vez que o projeto com foco na autoavaliação é realizado pelo Conselho Nacional de Controle Interno, contudo, nesta edição o número de órgãos participantes pode ser equiparado ao verificado em 2015 e 2019, cumulativamente, quando cerca de 12 controladorias participaram a cada ano. Ou seja, em 2023, o total de entes de controle dos Estados e Municípios participantes no processo dobrou em número. Segundo o coordenador Rodolfo Serrano, cada um deles poderá garantir o status de novo nível mediante a constatação de adequação aos parâmetros do IA-CM. “Se durante o projeto os órgãos atingirem todos os requisitos para serem reconhecidos como nível 2 do IA-CM, a Câmara Técnica do Conaci aproveitará o resultado e o ratificará como uma validação oficial para reconhecer o alcance do nível 2”, explicou Serrano.
Os esforços da equipe em torno do avanço no nível de maturidade começaram em 2015, porém somente em 2019 e 2020 foi realizada a primeira autoavaliação e validação externa, momento em que também foi apresentado o primeiro plano de ação com foco no nível 2 do IA-CM. Já em 2022, a instituição do Comitê Gestor do IA-CM, através da Resolução CGEMS 73/2022, foi fundamental para designar profissional com dedicação exclusiva ao projeto, o que, consequentemente, favoreceu a realização de nova autoavaliação e plano de ação. Para a coordenadora do Comitê, Carla Sousa, a participação da Controladoria-Geral do Estado de Mato Grosso do Sul no projeto de autoavaliação é fundamental para a identificação de possíveis ajustes a serem implementados. “O projeto auxilia na verificação de quais atividades existem e estão institucionalizadas, ou aquelas não existentes. Além disso, ao final, é necessário elaborar plano de ação e relatório para suprir possíveis lacunas nas atividades”, contou Sousa.
É importante mencionar, que desde 2014 o Conselho Nacional de Controle Interno instituiu parceria com o Banco Mundial e recomenda o IA-CM como ferramenta estratégica. O Modelo está estruturado na chamada “Matriz de 1 Página”, que contém 5 níveis de maturidade devidamente caracterizados, com a finalidade de viabilizar implementações essenciais à cultura da unidade de auditoria interna. Sendo assim, a partir do reconhecimento de que a efetividade na atividade é fundamental para o fortalecimento econômico, a adoção do modelo IA-CM deve ser considerada de forma potencial e não restrita a órgãos específicos, mas proeminente em diferentes instituições com atividades análogas.
Thaís Firmino, CGE-MS
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